Elefante

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Preço do marfim dispara matança de elefantes no Quénia

A caça furtiva de elefantes na reserva Samburu, no Quénia, disparou devido ao aumento do preço do marfim. O número de capturas nos últimos dois anos e meio é superior ao total dos onze anos anteriores e o pior cenário registou-se nos primeiros cinco meses de 2011. A China é o principal mercado deste negócio ilegal que ameaça extinguir os elefantes. 

Segundo o El País, a situação dramática na Reserva Natural de Samburu foi descrita pela Nature. De acordo com um artigo de três especialistas publicado por esta revista, o aumento da caça furtiva deve-se "à subida do preço do marfim no mercado nego, que quase duplicou desde 2007 e que é actualmente de uma magnitude superior ao dos anos 90". "Com os preços actuais, o marfim dos elefantes maiores caçados em Samburo equivale a um ano e meio de salário dos guardas do parque ou a 15 anos de salários dos trabalhadores não qualificados. Nos últimos tempos, quase triplicaram as capturas de marfim ilegal no Quénia ou procedentes deste país africano", escreve o jornal espanhol, citando os peritos da Nature.

George Wittemyer (Colorado State University, EUA) e dois colegas seus do Quénia que fazem parte da organização Save the Elephants dizem que a caça furtiva provocou um rombo significativo no número de machos, que são agora metade do número de fêmeas. Mas a matança estende-se agora também às fêmeas adultas, o que está a colocar em risco a sobrevivência de vários grupos de elefantes: uma em cada cinco famílias tem falta de fêmeas adultas, essenciais na estrutura dos grupos, pois são as matriarcas que lideram as famílias, e o número de crias órfãs aumenta rapidamente.

"A procura de marfim e os preços alcançaram um nível tal que os caçadores furtivos põe na sua mira inclusive áreas bem protegidas e populações de elefantes vigiadas. Com muitas populações pouco vigiadas e já sobre-exploradas, a pressão sobre os elefantes do Samburo pode ser um anúncio do que se pode esperar nas áreas protegidas de África", indica o texto da Nature.

Fonte: DN Ciência.

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